Mas essa cultura estava mudando e estávamos presenciando um grande movimento de migração de investidores para bolsa de valores brasileira. Os chamados órfãos do CDI perderam o conforto da alta rentabilidade na renda fixa com a SELIC em queda livre e resolveram desbravar o mundo oscilante da renda variável afim de buscar maiores retornos para seus investimentos. Eles haviam recém chegado para a “festa do Ibosvespa” e foram surpreendidos com alarme de incêndio.
A forte queda do índice devido a pandemia do COVID19 gerou um grande pânico geral e histeria. Muitos investidores inexperientes não suportaram o impacto negativo em suas carteiras e realizaram o prejuízo. E para os corajosos que ficaram, o que fazer? Se você ainda não saiu vendendo tudo a preço de banana, agora mais do que nunca é preciso ter cautela, pois a cada dia a neblina está baixando e deixando evidente qual é a real situação.
Não adianta agora correr para fazer um “seguro” através de operações com dólar, ouro ou índice. Essas estratégias, em momentos de alta volatilidade como estamos, sairão muito caras e serão ineficazes por conta disso.
A recuperação não se dará de forma homogênea entre os setores. Por isso, faça uma análise criteriosa da sua carteira e considere trocar os ativos duvidosos por aqueles de companhias mais promissoras para a retomada da economia.
E da mesma forma, a recuperação dos países também será desigual. Os EUA terão uma retomada mais forte, com muito mais incentivos fiscais e monetários do que o Brasil, por exemplo. Incluir ativos globais tende a conferir maior equilíbrio e potencial de retorno as carteiras. Atualmente, existem fundos de investimento atrelados ao S&P acessíveis a qualquer investidor.
Mesmo que todos os ventos estejam soprando a favor, lembre-se das lições do maior analista de risco da história, Nassim N. Taleb: não se iluda pelo acaso e nunca aposte todas as suas fichas na mesma casa. Uma diversificação bem estruturada reduz a correlação entre os produtos e confere, além de uma melhor rentabilidade no médio e longo prazos, uma barreira de proteção.

Fonte: Mariana Gonzalez - coordenadora do curso Investindo do Zero no ISAE Escola de Negócios.
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