Sustentabilidade: como melhorar o aproveitamento da água?




A resposta à pergunta título, basicamente, é: mudando a forma como enxergamos a água. Todos sabemos que esse é um recuso natural essencial para a vida e, com certeza, a maioria já ouviu avisos sobre sua porção potável ser limitada. Sim, em virtude de poluição, degradação ambiental, mudanças climáticas provocadas pela ação humana, entre outras coisas, a água pode se tornar cada vez mais escassa.

O problema é que a maioria das pessoas parece não se ater a isso por uma diferença de conceito bem simples. A quantidade de água no planeta é estável. Não muda. Assim, quem olha um oceano, não assimila bem a ideia de falta de água. Porém, essas pessoas estão olhando para isso de forma equivocada. O que muda na realidade é a disponibilidade da água. Isso varia, e muito, de região para região, de época do ano, e do cuidado da população ou descaso da mesma.

Cerca de 97,5% de toda água na Terra é salgada. Apenas 2,5% é doce, sendo que desta parcela, 1,72% está congelada nos polos Sul e Norte e geleiras no alto de montanhas, outros 0,75% são águas subterrâneas. Faz parte da constituição das plantas e animais, 0,02%, restando apenas 0,01% de toda água do planeta disponível em rios, lagos e represas. Como agravante, no Brasil, apesar de termos 13% desses 0,01% potável, temos taxas elevadíssimas de desperdício.

Épocas de calor intenso, como o começo do ano, são tipicamente permeadas por discussões a respeito da economia de água. Isso porque, apesar de chuvas intensas do verão, muitas vezes os locais onde a chuva se concentram não atingem os reservatórios municipais. O calor evapora a água, a população tende a aumentar o consumo e nem sempre essa água é reposta.

Isso faz surgir os racionamentos, que inclusive já se tornaram comuns em diversos estados do país. A poluição e descaso ambiental também contribuem para o cenário. Porém, não é preciso gastar mais água ou sofrer com racionamento, ao menos uma vez por ano. É possível ser sustentável.

Uma simples mudança de ponto de vista pode fazer toda a diferença. Claro que é preciso se atentar a diversas ações de conscientização, como a não poluição. Porém, mudar a relação com a água já ajuda o cotidiano, e ainda contribui para a mudança de mindset. E para colocar isso em prática, uma maneira muito simples de começar é observar a quantidade de água disponível em um temporal de verão.

Se aquela água é captada, pode ser utilizada para diversos fins. Em áreas mais secas do país, famílias vivem da água de cisternas, que captam essa água da chuva. Em áreas urbanas, a captação também se tornou muito mais simples, barata e eficiente. A coleta demanda pouco equipamento, um sistema de filtragem simples, e um investimento que varia bastante do mais acessível aos mais complexos. No entanto, em todos os cenários é possível poupar água, impactando o meio ambiente, as contas de casa, e o modo de pensar sustentável.

A água da chuva pode ser usada para diversos fins, como a primeira lavagem de roupas, descargas, lavagem de áreas externas, lavagem de carros e até mesmo irrigação, que é um dos grandes pontos de consumo de água, mas de que dependem plantas vivas e que não podem ser deixadas de lado. 

Há estudos na Califórnia, inclusive, que destacam que em condomínios de alto padrão, no Brasil, 70% do consumo de água residencial está nos jardins. Dai a importância de ações e tecnologias mais inteligentes para se economizar ao máximo, como o sistema de gotejamento da água da chuva. 

Dependendo do sistema de captação, filtragem e distribuição, isso pode ser pouco ou mais automatizado. O ponto é ampliar o aproveitamento. Litros e litros de água são desperdiçados quando não aproveitamos o recuso ao máximo. Há sistemas de filtragem que são próprios para casas e até mesmo para condomínios.

Nunca foi tão fácil ser sustentável. A tecnologia está aí para ajudar, mas antes de tudo é preciso se atentar a essas necessidades de mudar o jeito de olhar para coisas tão simples quanto a chuva. Melhorar o aproveitamento da água faz parte de melhorar o aproveitamento do nosso planeta.



Fonte: Regatec