Inteligência espiritual permite lidar com a saudade




Há pelo menos duas décadas vem se falando sobre inteligência espiritual. Em 1994, o psiquiatra Robert Cloninger afirmou que essa é uma habilidade que permite ao ser humano transcender, ter comportamentos virtuosos que são exclusivamente humanos, como o perdão, a gratidão e a compaixão. Preocupado com a formação humana integral dos estudantes, o Colégio Marista Ribeirão Preto (SP) oferece trabalho pastoral para desenvolver a inteligência espiritual de seus alunos.

“A habilidade espiritual permite que o ser humano, entre outras particularidades, trabalhe com diversos sentimentos, como a saudade, por exemplo. A saudade faz parte da vida de adultos e crianças. A falta de uma pessoa, lugar ou até situação é normal e é um sinal de que o que passou foi positivamente marcante. O problema é que a saudade pode carregar consigo alguns sentimentos doloridos, como angústia e tristeza”, alerta a coordenadora da Pastoral do colégio, Lesciane Mael.

E para enfrentar ou saber lidar com a saudade é importante estimular a criança a falar sobre seu sentimento. E é aí que entra a escola, que precisa estar atenta aos sinais que a criança emite. Às vezes os alunos não conseguem expressar isso ou acham que não devem falar a respeito. 

Em casa, os pais devem conversar com seus filhos e, na escola, os professores devem criar momentos oportunos para que o aluno se abra. É por isso que o Colégio Marista oferece todo o aparato para que seus alunos também recebam a formação humana.

Em 1990, o psicólogo Daniel Goleman afirmou que a estrutura básica do ser humano não é a razão, mas a emoção. Primeiro somos seres de paixão, de empatia, e depois, seres de razão. Ele se referia à inteligência emocional. 

A inteligência produz uma série de intercâmbios entre os dois hemisférios do cérebro: o esquerdo, parte consciente e sede da inteligência racional, e o direito, o lado inconsciente e sede da inteligência emocional. 

Já a inteligência espiritual é algo que transcende qualquer entendimento, ela não se alimenta com palavras (inteligência racional) nem com emoções (inteligência emocional), mas com o silêncio feito em oração e contemplação.

Vale ressaltar que inteligência espiritual não deve ser confundida com espiritualidade, caracterizada pelo modo de vida dos seres humanos que procuram a transcendência, que trilham seus caminhos, muitas vezes, com base numa religião. 

A inteligência espiritual pressupõe a existência de um conjunto de habilidades e capacidades associadas à espiritualidade de grande relevância nas operações da mente humana.

O colégio oferece esses momentos de reflexão e oração, além de promover eventos de confraternização entre os alunos e seus familiares. Há estudos que já apontam que, com o tempo, a inteligência espiritual se transforma em sabedoria. 

“É fruto do conhecimento espiritual, que nos capacita para descobrir o que Deus espera de nós e discernir o caminho para a realização desta meta. Nos faz seres completos”, avalia Lesciane.


Fonte: Lesciane MaelRede Marista de Colégio