Silêncio e contemplação em novo hotel no centro histórico de Manaus


Nos idos de 1900, o Teatro Amazonas era a expressão da riqueza e do refinamento de um Brasil que vivia o apogeu econômico garantido pelo Ciclo da Borracha. Templo de cultura e requinte na Manaus daqueles anos, esse marco arquitetônico foi erguido com os melhores materiais disponíveis no mundo todo. Isso incluiu o uso de tijolos emborrachados nas rampas de acesso ao teatro. Essa aparente extravagância era a solução encontrada para abafar o som de cavalos e charretes, de modo que o ruído não atrapalhasse as apresentações.

Passados quase 120 anos, o silêncio ainda é uma prioridade no entorno do principal cartão-postal da capital do Amazonas. Em fase final de construção, o Juma Ópera Hotel investe cerca de meio milhão de reais na aquisição de janelas acústicas para seus 41 apartamentos com vista para o Teatro Amazonas. A majestosa casa de espetáculos também pode ser observada do bar, da piscina na cobertura ou do restaurante no interior do empreendimento.

Assim como outros edifícios do centro histórico de Manaus, um dos prédios do hotel também é fruto dos anos de prosperidade local. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o casarão sofreu um meticuloso processo de restauração. 



Anexada a ele, uma nova ala foi levantada, respeitando o traçado do prédio original, por onde o ex-presidente americano Theodore Roosevelt passou no início do século 20, durante sua expedição à Amazônia com o Marechal Rondon.

Naquele período, a acelerada urbanização da cidade às margens do Rio Negro ocorreu ao sabor das exigências dos barões da borracha, que tinham a França como fonte de inspiração. Graças ao dinheiro que jorrava com o látex, Manaus ganhou largas avenidas, redes de esgoto e de energia elétrica — essa última sinônimo de progresso no mundo inteiro.

O Juma Ópera, dos mesmos proprietários do hotel de selva Juma Lodge, também está alinhado às melhores práticas de sustentabilidade dos dias atuais, por exemplo, tendo a energia solar como base de seu sistema de aquecimento. 


Além disso, o projeto busca estar em harmonia com as antigas construções do entorno ao modernamente incorporar à rede subterrânea a fiação elétrica proveniente da rua, proporcionando a seus hóspedes e visitantes visão desimpedida do Teatro Amazonas e dos demais casarões históricos nos arredores.


Fonte:Daniel Ramirez