Diga não ao bullying organizacional


 Quando ouvimos a palavra bullying, logo a associamos à escolas, clubes, ou seja, locais onde se concentra um grande número de crianças, adolescentes e jovens.

Porém, um lugar tem sido invadido por essa prática e trazendo sérias consequências para os profissionais: o bullying organizacional. Já ouviu falar? Ele existe e está presente na grande maioria das empresas, em maior ou menor proporção.

A palavra bullying é recente no nosso vocabulário usual, porém, o que ela representa existe há muito tempo e sempre foi considerado uma “brincadeira de mau gosto”. As pessoas “batizavam” e recebiam os apelidos e, aparentemente, tudo ficava bem, ninguém se importava e a vida seguia.

Hoje este comportamento continua, o que mudou foi a forma como lidamos com isso. O que no passado parecia não nos incomodar, hoje leva milhares de pessoas à psicólogos e psiquiatras.

O bullying pode estar em todo lugar, mas hoje quero falar daquele que acontece nas empresas. Suas formas e motivos são inúmeros, bem como as consequências.

Existe o bullying horizontal, ou seja, aquele que se forma entre colegas da mesma hierarquia ou com cargos semelhantes. Já bullying vertical é aquele praticado entre pessoas de hierarquias diferentes, seja de cima para baixo ou de baixo para cima.

Para se sobressair, para medir forças ou para se impor, as pessoas podem usar de palavras ou apelidos que nem sempre são recebidos de forma natural. Porém, se um funcionário precisa daquele emprego, muitas vezes se mantém calado ou finge levar na brincadeira para não entrar em conflito e perder o emprego.

Normalmente as pessoas que praticam o bullying são aquelas com a autoestima muito baixa e que, para se sobressair, usam deste artificio, como, por exemplo, um líder que não consegue liderar sua equipe e fazer se ouvir pode gritar toda vez que for dar uma bronca, ou aquele que, para se tornar mais “popular”, coloca apelidos nos colegas. Existe também a situação do funcionário novato que não consegue expor suas ideias ou homens que não aceitam ser liderados por uma mulher. Enfim, inúmeras situações que existem e são recorrentes no ambiente de trabalho. E a pessoa que sofre esses ataques vai se sentindo cada vez mais fragilizada e sem forças para reagir. Em casos mais graves, este comportamento leva à introspecção e consequentemente ao isolamento.

O estrago emocional de quem sofre o bullying é muito grande, podendo causar desde falta ao trabalho, falta de apetite, distúrbios do sono, repentes de agressividade, doenças como gastrite, dores de cabeça e no corpo e, em casos mais graves, o envolvimento com álcool e drogas e até o suicídio

Portanto, ao perceber que um colaborador está sofrendo “brincadeiras” repetitivas e que estão causando constrangimento ao mesmo, os gestores devem ter sensibilidade e autonomia para contornar a situação conversando com o agressor e com a vítima. Muitas vezes o agressor não percebe o quanto a “brincadeira” está sendo prejudicial ao colega e a vítima não tem coragem de denunciar o agressor. Às vezes, a solução é muito mais simples do que o próprio problema em si.

Um ambiente de trabalho saudável é movido a respeito, diálogo, companheirismo e gentileza. Se um desses itens estiver em desequilíbrio, é hora de procurar ajuda.

Pense nisso!


Fonte: Carla Verna - Psicóloga e palestrante