Dia da Biodiversidade: o que temos para comemorar?


Às vésperas do Dia Internacional da Biodiversidade, comemorado em 22 de maio, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um relatório da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistema (IPBES) que aponta que um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçados de extinção no planeta.

Com a participação de cientistas de 50 países, é o levantamento mais detalhado sobre a interferência humana no meio ambiente feito até hoje e destaca que as principais causas da perda de biodiversidade são: as alterações no habitat natural dos animais, as mudanças climáticas, a exploração inadequada de recursos naturais, a poluição e as espécies invasoras. Ou seja, os cientistas participantes tornaram evidente que a perda de biodiversidade não é apenas uma questão ambiental, mas também uma questão de ordem econômica e social que interfere diretamente na nossa própria sobrevivência.

Em 2019, o Dia Internacional da Biodiversidade, criado pela ONU para conscientizar a sociedade a respeito do valor e da representatividade do tema no mundo, também nos faz lembrar que o tratado internacional chamado Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), assinado por 196 países no Rio de Janeiro durante a famosa Eco-92 e que entrou em vigor em 93, completa 26 anos. Dentre todos os pilares da CDB, destacamos o uso sustentável da biodiversidade por envolver elos extremamente importantes para nós: de um lado os consumidores finais e de outro as cadeias produtivas oriundas da biodiversidade, o que nos leva ao conceito de sociobiodiversidade.

Sociobiodiversidade é a relação entre a comunidade local e suas formas de trabalho e conhecimento com a biodiversidade. Nesse quesito, a empresa se torna aliada dos produtores, valorizando seus conhecimentos tradicionais e promovendo a conservação dos recursos naturais.

Esse tema tem cada vez mais destaque na CDB e foi um dos aspectos mais comentados na Conferência das Partes sobre Diversidade Biológica, a chamada COP, realizada em novembro de 2018 no Egito. As COPs visam o acompanhamento do compromisso dos países signatários com a conservação da biodiversidade no âmbito da CDB. Participam do evento representantes de cada país, organizações da sociedade civil e também empresas com importantes cases de sustentabilidade.

O Grupo Sabará participa da COP desde a 11ª edição, em 2012 na cidade de Nagoya, no Japão, em virtude de suas ações positivas nas cadeias produtivas de sua unidade de negócios Beraca. E, no ano passado, na COP 14, recebeu um convite duplo, visto que a Concepta Ingredients também marcou presença no Business and Biodiversity Forum e pode apresentar o que vem fazendo em prol da conservação da biodiversidade brasileira.

Na ocasião, a Concepta Ingredients ressaltou a forma que insere a biodiversidade no seu modelo de negócios dentro do segmento de alimentos, não apenas referente à utilização das matérias-primas, mas também no que faz para mitigar os impactos no meio ambiente. Já a Beraca apresentou aos países participantes a maneira proativa com a qual insere a biodiversidade em sua cadeia de suprimentos dentro do setor de cosméticos.

No Business Forum ficou evidente o papel que o consumidor final exerce para que as organizações de todos os setores se posicionem de forma ainda mais consciente em relação à sociobiodiversidade e à rastreabilidade de tudo que produzem, mobilizando as empresas a se engajarem com o tema biodiversidade. E, possivelmente, essa é a razão pela qual o varejo em geral é mais atento a sua cadeia produtiva do que empresas de outros setores.

O desafio que fica agora até 2020 na COP 15, que ocorrerá na China, para todos os países signatários, é melhorar a implementação das metas para conservação da biodiversidade. Para o Grupo Sabará, o caminho rumo a esse objetivo é fortalecer ainda mais suas parcerias na construção de suas cadeias de valor. E, quando se fala de parceria, vale lembrar que para manter a “floresta em pé” e preservar sua biodiversidade, é necessário um trabalho conjunto entre todos os atores da sociedade.



Fonte: Por Thaís Hiramoto e Érica Pereira