Para que essa transformação continue acontecendo e simplificando nossas ações, é preciso construir confiança em sistemas de IA. Os usuários precisam entender como eles funcionam e confiar neles, desmistificando a imagem de robôs dominando a terra que a ficção científica gravou em nossos cérebros.
Empresas que oferecem serviços baseados na tecnologia devem apresentar as informações necessárias para que seus clientes entendam como eles funcionam e como os dados são coletados e usados para que esse relacionamento entre usuários e inteligência artificial seja mais harmonioso.
O desenvolvimento da inteligência artificial também depende de políticas públicas que permitam a livre circulação de dados entre fronteiras e o acesso a informações do governo. Aqui no Brasil, por exemplo, esses requisitos são garantidos pela Lei da Transparência e pela Lei de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que foi aprovada no ano passado e elevou a posição do Brasil como player do mercado internacional de inovação.
Também estamos trabalhando de maneira diferente por conta do crescimento tecnológico. Dados recentes da empresa de recrutamento e seleção Manpower Group indicam que 65% dos empregos da geração Z (nascidos no final da década de 1990) ainda nem existem! Isso vale para basicamente todos os setores da economia e vai demandar o desenvolvimento de um novo conjunto de habilidades por parte dos profissionais. Por isso, os setores públicos e privados, assim como a academia devem pensar em políticas que preparem as próximas gerações para empregos do futuro e permitam que a atual força de trabalho faça uma transição tranquila para esta nova realidade.
Nem tudo é perfeito. Novas tecnologias também trazem novos riscos. Não é diferente com a inteligência artificial, que pode abrir caminho para ameaças de cibersegurança e de quebra de privacidade. Políticas públicas precisam endossar medidas de segurança rígidas, ao mesmo tempo que incentivem escolhas conscientes dos consumidores, estimulando que empresas ofereçam produtos e serviços cada vez mais customizados.
Finalmente, o investimento em educação, pesquisa e desenvolvimento tecnológico também é parada obrigatória para a continuidade do avanço da inteligência artificial e do crescimento econômico acarretado por ela. Esses esforços devem incluir investimentos públicos de longo prazo que serão a semente para as tecnologias do futuro.
Fonte: Antônio Eduardo Mendes da Silva - country manager da BSA no Brasil