As empresas e o líder com “sentimento de dono” – muito além da questão técnica



Sabe quem é o melhor líder? Aquele que possui o que chamamos de “sentimento de dono”. Você sabe o que isto significa na prática?

É o executivo que cuida da empresa na qual trabalha como se fosse dele, compartilhando do mesmo sentimento e objetivos que o dono daquela organização, ou a alta administração, tem. Zela pelo dinheiro da empresa como se fosse dele, tratando tudo com muita responsabilidade.

O líder que tem “sentimento de dono” faz acontecer – e o faz de forma correta, afinal, a empresa “é dele”. Trabalha para que a empresa efetivamente prospere, tenha lucro, seja estável e, claro, cresça.

As empresas que querem atender às expectativas de seus acionistas, crescer mais rápido ou ser uma referência no mercado em que atuam, buscam executivos assim, que querem ser “donos da empresa. Elas esperam que este líder goste e saiba trabalhar em equipe. Que não tenha dificuldade de promover e se inserir em práticas colaborativas porque sabe olhar a empresa como um todo. E mais: que se disponha, até mesmo, a melhorar o desempenho de áreas e projetos que, a princípio, nem faziam parte de suas atribuições.

Este líder consegue influenciar sua equipe, e não simplesmente comandar e impor regras. Com isso, consegue tirar o melhor de cada liderado porque se coloca até mesmo como um facilitador. Ele tem motivação, produtividade e interesse em evoluir junto com a organização que lidera.

Há um aspecto que vai além de tudo isso. O líder “com sentimento de dono” é a pessoa de confiança do dono da empresa. Ser confiável é ter a capacidade de deixar o dono da empresa, seus sócios e acionistas, tranquilos. E essa tranquilidade vem da certeza de que o líder está defendendo a empresa de forma ética e correta, respeitando, preservando – e até aumentando – o investimento que foi feito nesta organização.

Confiabilidade é algo que se desenvolve não só pela atuação cotidiana, mas também pelo relacionamento do líder com o empresário que o contratou. Ao contrário do que muitos pensam, a confiança não vem apenas com o tempo de empresa, mas principalmente, pela sintonia e empatia que alimentam esta relação.

Ser confiável se traduz em agir com honestidade e transparência em todos os sentidos. Trazer para a empresa colaboradores que também sejam confiáveis, além de agregar com suas aptidões técnicas específicas, habilidades e conhecimento. É agir, sempre, com transparência e honestidade.

Vale lembrar que não basta a empresa querer lideranças com “sentimento de dono”. É preciso criar um ambiente favorável para que estas pessoas atuem como donos, ou seja, dar espaço para que apresentem inovações e novas ideias; comunicar de forma clara e transparente os processos, as metas e objetivos a serem alcançados; promover uma política que inclua todos os colaboradores; e abolir a hierarquia cega que engessa e afasta lideranças de liderados.

E já que não basta apenas conquistar líderes com sentimento de dono, mas também saber retê-los, é igualmente importante dar ao líder autonomia, feedbacks e reconhecimento às suas conquistas. Só assim ele permanecerá interessado na empresa e no seu desenvolvimento pessoal; motivado em formar boas equipes; resiliente quando se deparar com eventuais erros e insucessos; e o principal: comprometido com a sustentabilidade do negócio.


Fonte: Marcelo Tertuliano - mestre em Administração de Empresas