Nunca desafie a razão – principalmente se tratando do seu estabelecimento comercial



Tenho percebido a insistência de muitos empreendedores em acreditar que seus negócios possuem o extraordinário poder da solução instantânea dos problemas. Ou seja, muitos creem que bastam meia dúzia de mesas e um letreiro na porta e tudo estará pronto e resolvido. 

Peço desculpas por estragar a festa, mas, não é assim que a coisa funciona. Todo e qualquer empreendimento estará diretamente ligado a um comportamento indissociável, que é o de trabalhar. E trabalhar muito!

São frequentes os exemplos de pessoas que, pelo simples fato de abrirem uma empresa, ou seja, passarem a ser uma pessoa jurídica, começam a ter acesso a créditos bancários e inúmeras linhas de financiamento, o mais comum, o de automóveis. Tudo passa a ser uma farra só. De uma hora para outra, acontece um verdadeiro desfile de carros novos e ostentação de inúmeros cartões de crédito. Tudo isso se resume a um só fator: o deslumbramento.

Creio que este comportamento deve ser mais frequente em países pobres e em desenvolvimento, que é o nosso caso. No entanto, a motivação principal está no processo educacional deficiente de nosso país, onde somos preparados e educados na busca pelo ter e não pelo ser. 

O nosso conceito de posicionamento social superior está diretamente relacionado à condição de ostentar e exibir as conquistas materiais, ainda que a “pilha” de carnês seja maior que o nosso bem adquirido. Temos um conflito muito grande a superar, que é saber diferenciar o comprar do conquistar.

- Comprar: é um ato mecânico, motivado pelo simples desejo de possuir, exercido de modo inconsequente e que, na maioria das vezes, resulta em descontrole e graves crises financeiras. E são exatamente essas crises que levam os empreendimentos à falência.
- Conquistar: é um ato racional derivado de estratégias e ponderações, motivadas por um objetivo definido e que resulta em um prazer duradouro e positivo para a estrutura dos empreendimentos.

Entre o ato de comprar e o de conquistar, há a razão, que é o meio pelo qual o empreendedor exercita o ato de respirar, pensar e ponderar, antes de decidir. O empreendedor racional é aquele que compreende que o sucesso está diretamente ligado ao tempo. 

Ou seja, ainda que resultados positivos possam ocorrer em curto prazo, somente após o tempo de maturação do empreendimento é que o empreendedor terá a segurança de ter atingido o sucesso.

Não há segredo para se atingir o sucesso, mas sim, um caminho a ser seguido. Os céticos acreditam somente no acaso. Os preguiçosos acreditam na sorte. Os determinados confiam no trabalho.

Espero e desejo que o acaso e a sorte sempre possam acompanhar os determinados. No entanto, se não puderem acompanha-los, é certo que o trabalho sempre dará conta do recado.


Fonte: Edson Pudence - palestrante e consultor