Nossa saúde física e nosso bem-estar emocional estão intimamente ligados. Não é de surpreender que as dificuldades de se viver com problemas na pele possam prejudicar o nosso estado de espírito. Mas o que é menos compreendido é que o estresse e a ansiedade podem se manifestar na pele e podem agravar uma condição já existente.
Não se pode afirmar que o estresse seja exatamente causador de doenças de pele. O processo saúde-doença é muito frequentemente multifatorial, ou seja, tem como base mais de uma causa. Mas realmente existem pessoas que têm uma condição genética favorável ao desenvolvimento de algumas doenças de pele. E nas pessoas que têm essa predisposição genética, o fator estresse pode atuar como um gatilho para o surgimento da doença. Estresse e pele estão muito conectados. Naqueles indivíduos, por exemplo, portadores de doenças crônicas de pele, o quadro acaba piorando em períodos de estresse. Isso é muito comum.
Algumas doenças de pele muito relacionadas ao estresse são a psoríase, vitiligo, dermatite atópica, queda de cabelo, urticária e acne, entre outras. Todas essas doenças podem manifestar-se de forma leve, mas também de forma bastante intensa. De modo geral, essas doenças não têm “gravidade”, uma vez que não colocam o paciente em risco. No entanto, diversos estudos têm demonstrado que elas estão associadas a intenso impacto psicossocial, além de grande comprometimento da qualidade de vida. Quando em crianças e adolescentes, estas doenças de pele também estão associadas a comprometimento do desenvolvimento psicológico e social.
A reação na pele a um estresse psicossocial é certamente muito complexa, mas é sabido que se trata de vias bidirecionais entre os sistemas nervoso, endócrino e imunológico. O estresse é capaz de provocar alterações nestes sistemas que podem culminar com o aparecimento, agravamento ou recorrência de lesões na pele. Não há um teste específico para comprovar, no indivíduo, que a doença de pele está relacionada ao estresse. A resposta vai surgir a partir do estreitamento da relação médico-paciente e da melhor compreensão, por parte do paciente, sobre a própria doença e a maneira como ele reage a eventos estressantes.
Mas, geralmente, os casos graves e crônicos têm uma estreita relação com o estresse psicossocial. Isso porque doenças crônicas de pele levam basicamente a duas situações. Uma delas é que o paciente muitas vezes apresenta sintomas persistentes como prurido, ardência, descamações, feridas, de maneira constante e por anos a fio. A outra é que doenças de pele são estigmatizantes e levam a muitas dificuldades sociais, além de sintomas como depressão e ansiedade.
Existem vários estudos que comprovam que pessoas que vivem com lesões de pele potencialmente visíveis apresentam ansiedade social, que geralmente é acompanhada de uma redução da qualidade de vida. Esta condição acaba por gerar estresse e piorar o quadro cutâneo. É muito importante intervir nestes casos para quebrar este círculo vicioso e proporcionar qualidade de vida aos pacientes.
É fundamental que esses pacientes procurem auxílio médico com dermatologistas acostumados ao tratamento de doenças de pele. Atualmente, existem diversos tratamentos que podem trazer enormes benefícios. Definitivamente, este é um campo que avançou muito nos últimos anos. É importante também que o dermatologista tenha consciência do fator psicossocial associado às doenças de pele, que acabam tendo um papel agravante e indissociável.
- Algumas medidas podem ser tomadas para atuar no fator “estresse” associado às doenças de pele, trazendo melhoras ao paciente.
Existem vários estudos que comprovam que pessoas que vivem com lesões de pele potencialmente visíveis apresentam ansiedade social, que geralmente é acompanhada de uma redução da qualidade de vida. Esta condição acaba por gerar estresse e piorar o quadro cutâneo. É muito importante intervir nestes casos para quebrar este círculo vicioso e proporcionar qualidade de vida aos pacientes.
É fundamental que esses pacientes procurem auxílio médico com dermatologistas acostumados ao tratamento de doenças de pele. Atualmente, existem diversos tratamentos que podem trazer enormes benefícios. Definitivamente, este é um campo que avançou muito nos últimos anos. É importante também que o dermatologista tenha consciência do fator psicossocial associado às doenças de pele, que acabam tendo um papel agravante e indissociável.
- Algumas medidas podem ser tomadas para atuar no fator “estresse” associado às doenças de pele, trazendo melhoras ao paciente.
- Meditação – Para as pessoas que vivem com doenças da pele, trazer o foco para o presente, por meio do treinamento da meditação, pode ser muito benéfico para uma gama de sintomas psicológicos e físicos. Esta abordagem tem o potencial de reduzir a preocupação focada nos sintomas e na doença;
- Inversão do hábito – Muitas condições podem levar as pessoas a desenvolver comportamentos repetitivos prejudiciais, como arranhões ou “cutucadas” de pele. A reversão de hábitos é fundamental;
- Relacionamentos – Manter boas relações em sociedade é fundamental para nossas vidas. Viver com uma condição de pele às vezes pode dificultar a formação de novos relacionamentos. É essencial o apoio para ajudar a construir a confiança e superar a ansiedade social.
Fonte: José Jabur da Cunha é Médico Dermatologista da Altacasa Clínica Médica, na capital paulista, e Chefe do Setor de Dermatologia da Santa Casa de São Paulo.
Fonte: José Jabur da Cunha é Médico Dermatologista da Altacasa Clínica Médica, na capital paulista, e Chefe do Setor de Dermatologia da Santa Casa de São Paulo.