Lixo é problema no período de chuvas


A chegada do período de chuvas traz um problema adicional para a população. O descarte inadequado do lixo é um dos fatores para o entupimento de bueiros. Além disso, provoca a redução da vazão de córregos e rios.

“O lixo acaba contaminando a água e o solo, aumentando os riscos para a saúde da população”, alerta o engenheiro Luiz Roberto Gravina Pladevall, presidente da Apecs (Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente) e vice-presidente da ABES/SP (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental).

Ele ressalta que o período é marcado por chuvas fortes, capazes de levar uma grande quantidade de lixo para os bueiros. 

“Isso provoca o entupimento das chamadas ‘boca de lobo’, com prejuízos imediatos para a população da localidade. Por isso, é essencial que as pessoas se conscientizem da necessidade do descarte adequado do lixo doméstico”, aponta Pladevall.

O descarte irregular do lixo pode provocar problemas para as próprias pessoas que adotam essa postura. “A contaminação acaba afetando os moradores que não fazem o descarte adequado de forma correta, trazendo prejuízos à saúde de todos”, afirma o presidente da Apecs.

- Produção brasileira:

Um estudo apresentado pelo professor doutor José Fernando Thomé Jucá, da Universidade Federal de Pernambuco, com dados de 2016, mostra que apenas 40,2% (2.239 localidades) dos 5.570 municípios brasileiros são atendidos por aterro sanitário e 59,8% (3.331 cidades) ainda têm condições inadequadas, destinando esse material para aterros controlados (31,8%) e lixões (28%). Em volume, os aterros sanitários recebem 58,4% dos resíduos depositados e os aterros controlados e lixões 41,6%.

O Brasil é o quarto maior gerador de resíduos do mundo, movimentando R$ 27,3 bilhões/ano, ou 0,44% do PIB e garante 353.400 empregos formais. A coleta seletiva no território brasileiro atende apenas 1,4% de todo o material coletado, porcentagem bem inferior de outras localidades como Europa (45%), EUA (34%) e Japão (19%).

Fonte: Edmir Nogueira