A sociedade 5.0 vêm para modificar sistemas e organizações


Segundo o site FGV Projetos, “apesar de ser um conceito relativamente recente, o conceito de Smart City já se consolidou como assunto fundamental na discussão global sobre o desenvolvimento sustentável e movimenta um mercado global de soluções tecnológicas, que é estimado a chegar em US$ 408 bilhões até 2020”. Nesse conceito as pessoas interagem usando energia, serviços, para aumentar o desenvolvimento econômico e melhorar a qualidade de vida.

Leila de Oliveira Duarte, administradora e MBA em Gerenciamento de Projetos, afirma que essa mudança tem acontecido diante dos olhos de muitos, mas, poucos se dão conta de que isso significa uma revolução. “o termo “5.0” vai ser inserido no nosso meio ‘silenciosamente’. Em países como Alemanha e Japão por exemplo, veem um mundo cada vez mais conectado, onde pessoas e robôs conviverão em harmonia”.

Essa parceria homem com máquina (simbiótico), salienta o fato de que esta máquina vem para ajudar o humano a não errar. “Vemos exemplos dos robôs que ajudam o médico a fazer uma cirurgia com extrema precisão. Reduzindo horas que a equipe ficaria na sala de cirurgia. Ou, falando em indústria, o robô faz a leitura de dados em vários sites como Receita Federal, Inscrição Estatual com base no CNPJ por exemplo, preenche os campos e os dados no sistema ERP. 

Um cadastro de cliente ou fornecedor será concluído muito mais rápido e sem erros de digitação. Eu já participei de um projeto assim. Automação de cadastro interface de sistema satélite com sistema ERP, nesse meu caso interface com sistema SAP. Essa automação de processos, alguns veem como ameaça outros como oportunidade”, conta a auditora 5S Lean.

Segundo a especialista, a Sociedade 5.0 é conectada e terá de ser adaptável. “Os sistemas inteligentes estarão a serviço do homem, ajudando a resolver problemas como desastres naturais, limitação de energia elétrica, envelhecimento da população, segurança por exemplo”.

- Haverá oportunidades?

Com certeza, afirma Oliveira, as oportunidades serão infinitamente maiores, mas, ao mesmo tempo, os riscos também serão grandes de ficar estagnado no lugar. “Será necessário planejamento estratégico para o longo prazo, direcionar investimentos, ter visão holística, analisar o mercado onde está inserido. Vivemos tempos líquidos, tornar-se obsoleto é muito mais rápido do que na década passada”, orienta.

Para a administradora, capacitar-se e estudar constantemente é a chave para a empregabilidade. “O tempo é escasso e precisamos estudar, otimizar nosso tempo. Não temos mais tempo para ficar ocupando nosso ‘cerebelo’ com cursos maçantes, horas de curso e-learning ‘padrão’ só para atingir meta de ‘X’ horas por pessoas no mês com treinamento, quando mensurados esses indicadores, não vemos grandes resultados”.

- Então, o que as pessoas buscam se o tempo é escasso?

Como essa revolução toda, a forma de aprender mudou, agora ela é, conforme Leila: “individual, mobile e inteligente”. “Devemos priorizar a individualização da aprendizagem. Podemos usar trilha de desenvolvimento, ecossistemas de conteúdo, projetos de curadoria e de mentoria estruturados”, exemplifica.

Pensando nessa vertente, vem à tona, também, a Educação Corporativa. O que sua empresa tem feito para desenvolver seus funcionários? Como é o método para estimular a aprendizagem? Tem mapeado as necessidades?

O funcionário tem acesso a uma biblioteca virtual na intranet, por exemplo? Onde o conteúdo é personalidade com base em suas competências e atividades desenvolvidas? E ainda levando em consideração seu PDI (Plano de Desenvolvimento Individual)? Ou ele mesmo pode montar seu e-book? Aqui entre nós, com Industria 4.0, smart city, sociedade 5.0 a empresa vai requerer um RH estratégico alinhado com o negócio?

Parece loucura, mas, para a especialista Lean Six Sigma Yellow Belt, não é.

- Mas, por onde começar?

“Preste atenção não no que te respondem e sim no que buscam. Tudo isso vai requerer um projeto com processos bem mapeados, Lean office, Inovação, Tecnologia da Informação, muitas conexões, criatividade, pensar fora da caixa (e dar um chute nela para bem longe). Ah, vai ter erros, isso é fato. Mas, erre muito rápido para dar dará tempo de arrumar mais rápido ainda. O cenário é novo, mais posso lhe assegurar que quem sair na frente desse projeto terá o bônus e ônus dessa grande descoberta”, finaliza Leila com a seguinte pergunta: “E aí? Está preparado para sociedade 5.0?”


Fonte : Leila Duarte