Como superar o pânico da transformação digital?


Como começar a digitalizar as operações? Essa é uma pergunta que muitos gestores se fazem, mas para a qual não encontram respostas simples. Minhas proposta é: desdobre a estratégia etapas claras. Defina e comunique um plano de ação factível, escolha um processo de negócio onde se possa mensurar o risco o proteja de interrupções. Assim é possível começar, sem pânico, uma jornada de sucesso na transformação digital. 

Fábricas inteligentes, digitalização de processos e internet das coisas (IoT) são temas quentes em setores estratégicos da indústria. Segundo o estudo “Diagnóstico da automação no Brasil”, realizado pela GS1, associação brasileira referência em automação para a Indústria, em parceria com a GFK Brasil, as fábricas têm em média 5 linhas de produção, sendo que 65% delas são automatizadas, ou seja, os processos são realizados por equipamentos ou máquinas sem intervenção humana. Essas tecnologias disruptivas geram entusiasmo, mas a complexidade pode assustar.

Com uma estratégia gradual, as empresas podem recorrer a aplicações de ponta, soluções híbridas e implementação em fases, possibilitando mais confiança, além de aproveitar dos benefícios das novas tecnologias como modernização de equipamentos e processos. Uma estratégia passo a passo também fornece o tempo necessário para estabelecer a segurança de dados e garantir a conformidade com padrões modernos, como o GDPR, padrão de proteção de dados na Europa.

E depois de adotar um método, qual é o próximo passo? Quando a empresa entra na fase de aceitação, é hora de definir os objetivos do investimento e a tática para alcançá-los. Um plano bem definido deve ser estabelecido com etapas mensuráveis e o foco deve ser um projeto que seja acessível e econômico.

- Alguns exemplos de metas viáveis:

- Evite tempo de paralisação de operações não programadas e que os ativos do chão de fábrica continuem a operar;
- Otimize o gerenciamento de estoque com menos falhas;
- Atenda a demanda de clientes por produtos altamente personalizados;
- Melhore a satisfação do cliente e aumente a fidelização da marca;
- Acelere a corrida para o mercado de novos produtos.

“Lucros duplicados" e "aumento de vendas" não fazem parte dessa relação porque exigem um plano específico e especializado para alcançá-los.

- Investimento:

Se a organização não estiver pronta para fazer um grande investimento TI, pode começar com uma implementação de Cloud com um modelo de assinatura, para evitar custos. O benefício da nuvem permite a proteção dos dados críticos dos clientes, que podem começar a se mover na direção certa.

Outra sugestão é usar os ganhos gerados no primeiro estágio para atingir os objetivos de investir na segunda etapa. Na maioria das organizações, há oportunidades para avanços rápidos, que geralmente necessitam de inovação. 

- Algumas soluções que geram economia no curto prazo:

- Ferramentas de business intelligence para rastreamento de resultados em tempo real;

- Soluções de CRM para o gerenciamento do relacionamento com os clientes;

- Programação, planejamento e monitoramento da planta;
Gestão de serviços, monitoramento de garantias e acordos;
Gerenciamento de inventário para melhorar a precisão.

- Competitividade e prioridades:

Priorize o cliente, analisar suas necessidades e forneça as soluções adequadas. Por exemplo, se ele espera uma remessa com rastreabilidade do tipo Amazon, de dois dias, as empresas devem adotar um software de ponta para a cadeia de suprimentos que conecta digitalmente peças e produtos. Por ter visibilidade de toda a cadeia logística, as organizações não apenas têm mais controle do produto, mas também fornecem melhores dados aos clientes, o que lhes permitem acompanhar o progresso em tempo real. Além de mais visibilidade, mobilidade, é importante priorizar, também, interfaces atraentes e fáceis de usar. E tudo isso é possível com uma boa solução moderna de ERP.

Para clientes que buscam personalização especializada, as empresas podem aproveitar os dados existentes aplicando análises inteligentes e inteligência artificial para determinar e prever as necessidades individuais dos clientes. Essas ferramentas digitais têm a capacidade de coletar informações relevantes e ter os dados necessários, como padrões de compra e influências de mercado potenciais ou baixas.

É um momento de dinamismo no setor de manufatura. A multiplicidade de oportunidades e opções tecnológicas é enorme. Com uma visão pragmática, as empresas podem superar as barreiras comuns, definir metas realistas e descobrir ideias inovadoras para agir.


Fonte: Alessandra Martins - manager director-Infor Brasil