Consumo consciente e educação financeira, caminhos que se cruzam






É claro que o consumo consciente deve ser uma prática em qualquer situação, em qualquer tempo. Mas o período que crise em que vivemos se mostra muito propício para iniciar essa mudança de comportamento, estabelecendo novos hábitos e padrões, especialmente por conta dos reflexos da crise.


Desemprego alcançando sua maior taxa da série histórica (iniciada em 2012), permaneceu em 11,2% no trimestre encerrado em maio, segundo o IBGE, somado à inflação alta; essa mistura é poderosa e traz sérias consequências, como por exemplo, a diminuição substancial do poder de compra da população.

Imaginem que a mesma coisa que se comprava antes com certa quantidade de dinheiro, hoje, já não se compra mais. E quando se consegue adquirir o produto ou serviço, a confiança do consumidor é abalada, pois não sabe se terá sua fonte de renda no próximo mês para honrar com os compromissos financeiros.

Isso pode se tornar um labirinto que custará muito caro até achar a saída. Há aspectos da economia que não temos controle, mas o que temos – das nossas finanças –, precisamos agir rápido e com disciplina, para nos prepararmos e conseguirmos passar pela situação difícil de maneira fortalecida.

E é aí que entra a educação financeira e os conceitos de planejamento e consumo consciente. É nas grandes dificuldades que encontramos boas oportunidades. Que tal transformar esse período de turbulência em uma oportunidade de se reinventar, aprender e realizar?

Podemos começar com algo simples, evitando, por exemplo, compras por impulso e compulsividade. Veja algumas orientações:

· Antes de comprar qualquer produto, analise se essa compra não afetará seus compromissos financeiros futuros;

· Reflita se realmente necessita do produto nesse momento e o que ele irá agregar de valor à sua vida;

· Pesquise, pois você poderá encontrar esse produto por um preço mais barato ou um similar mais em conta;

· Se for possível, deixe a compra para outro dia. Isso fará com que você avalie melhor a real importância dessa compra.

É importante ter sempre em mente que uma compra impulsiva pode levar ao endividamento no cheque especial ou no cartão de crédito, o que sabemos que não é nada bom, por conta das altíssimas taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras. Respeitar o padrão de vida é o grande segredo, caso contrário, o desejo imediatista se tornará a necessidade de abdicar de objetivos maiores amanhã.

Vamos mudar juntos?


Autoria: Reinaldo Domingos - educador financeiro, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor do best-seller Terapia Financeira, do lançamento Mesada não é só dinheiro, e da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.