A notícia é de extrema importância para a capital mineira pois, se o tombamento se concretizar, Belo Horizonte terá uma grande visibilidade mundial, atraindo mais turistas para a cidade, além de figurar, positivamente, o cenário arquitetônico, como ressalta o diretor da Horizontes Arquitetura e Urbanismo, o arquiteto Marcelo Santiago Palhares: - “esta notícia deve ser recebida com orgulho pelos belorizontinos. Entre os arquitetos, o conjunto da Pampulha já é considerada uma das obras mais importantes da arquitetura no século XX, pois revolucionou a arquitetura e inspira, até hoje, profissionais do mundo inteiro.
Para a cidade de Belo Horizonte, este título traz uma visibilidade mundial, incentivando o turismo arquitetônico e colocando a cidade numa rota turística que inclui outros grandes patrimônios construídos como Ouro Preto, Centro Histórico de Olinda, Centro Histórico de Salvador, no Brasil, e outros importantes ícones arquitetônicos como as Pirâmides de Gisé, no Egito; Machu Pichu, no Peru; a Sagrada Família, em Barcelona; o Palácio de Versailles, na França, entre outros”, exalta.
À frente da reforma do Museu de Arte da Pampulha, edificação que faz parte deste conjunto arquitetônico, que está sendo feita pela Horizontes Arquitetura e Urbanismo, Marcelo Santiago afirma que o projeto foi rigorosamente avaliado pelos órgãos responsáveis levando em conta, também, os conceitos válidos pela Unesco.
“Para validar o título de Patrimônio da Humanidade, a Unesco avalia a importância histórica da edificação, a qualidade de sua preservação e os cuidados para manutenção e preservação. O projeto de restauração foi desenvolvido sob acompanhamento de três órgãos de tombamento, o DIPC, municipal; o IEPHA, estadual e o IPHAN, federal. As principais exigências foram a recuperação dos materiais originais e a mínima interferência na soluções e formas originais”, conta.
Marcelo Santiago Palhares
“O projeto de restauração fará uma recuperação completa de todas as janelas, fachadas e materiais nobres de revestimento. Os acréscimos e reformas, feitos ao longo do tempo e que descaracterizam a volumetria planejada por Oscar Niemeyer serão recuperados de acordo com a concepção original. Algumas áreas que hoje não dão acesso ao público, serão liberadas para visitação”, explica Marcelo.
O arquiteto também avalia as recomendações que foram feitas pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS), para que haja algumas mudanças no conjunto arquitetônico, como a retirada da Casa de JK e o aumento do perímetro tombado, com a inclusão das praças Dino Barbieri e Alberto Dalva Simão.
“O Conselho fez uma análise, sugerindo que o tombamento fosse do conjunto geral da Pampulha, incluindo a lagoa e a paisagem. Isso vai requerer uma atenção muito maior do município, que deverá recuperar a lagoa e manter a orla (calçadas e jardins) preservada.
Neste sentido, é muito importante a inclusão das praças, que foram projetadas por Burle Marx, e a recuperação de sua concepção original. Quanto à casa de JK, não foi considerada, pois Niemeyer projetou uma reforma dela e não reconhecia o projeto como sendo 100% original.
De toda forma, a Casa JK, que foi recentemente restaurada, assim como outras obras de Niemeyer na orla, como a Sede da FZB, que teve projeto de restauração também feito pelo escritório Horizontes Arquitetura, contribuem para compor o conjunto modernista da Pampulha”, encerra Marcelo Santiago.
Fonte: Ana Paula Horta