Parque Nacional da Lagoa do Peixe, no Rio Grande do Sul, recebe
270 espécies de aves em busca de abrigo e alimentos. Festival atraiu turistas, estudantes, cientistas e educadores ambientais
Entre
julho e outubro, flamingos, cisnes, garças, maçaricos e
outras 270 espécies de aves pousaram na Lagoa do Peixe, no Rio
Grande do Sul, após viajar, em alguns casos, até 8 mil
quilômetros. Vindas do Canadá, dos Estados Unidos, do Chile e
da Argentina, elas chegaram em busca de abrigo e alimentos.
Na
cidade gaúcha de Mostardas aconteceu o Festival Brasileiro de Aves
Migratórias, evento que atraiu turistas, cientistas e educadores
ambientais, de 13 a 16 de novembro. Todos eles interessados em observar o
hábito e a beleza de visitantes tão ilustres. Há ambiente
natural misto, com a água salgada do oceano e a água doce da
lagoa, é um local perfeito para as aves.
A
Lagoa do Peixe é a maior do país e faz parte de um parque
nacional de mesmo nome. O Ministério do Turismo estimula o
desenvolvimento de parques nacionais.
O objetivo é aumentar o
número de turistas e dar mais visibilidade a um dos principais
atrativos do país. Entre 2006 e 2013, o número de visitantes
passou de 1,9 milhão para 6 milhões, de acordo com o
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio).
A
demanda deve crescer ainda mais com os investimentos dos ministérios
do Turismo e Meio Ambiente em infraestrutura e acesso.
“Uma das
nossas prioridades é dotar estes parques de infraestrutura para
receber turistas que apreciam o contato com a natureza e toda a
biodiversidade do país”, diz o Ministro do Turismo, Vinicius
Lages.
A
Unidade de Conservação do parque Lagoa do Peixe é hoje
administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio). Entre os passeios preferidos dos visitantes
está a caminhada pela orla do mar ou da lagoa, nas proximidades do
parque, onde podem ser encontrados vestígios de diversos
naufrágios e faróis.
Destacam-se o Farol de Mostardas e o
Farol da Solidão na orla do Atlântico, e o Farol
Cristóvão Pereira e o Farol Capão da Minicursos, seminário técnico-científico,
palestras, exposições e oficinas são oferecidos
durante o evento.
A programação cultural incluiu feira de
artesanato, apresentações artísticas e culturais,
além de shows.
“Conseguimos agregar turismo, ciência e
educação. Voltado para a divulgação e
conservação das aves migratórias, temos congregado um
público diversificado que vai do turismo rural ao especializado em
observação de aves, passando por profissionais e
acadêmicos da área de Ciências”, explicou Hellen
José Florez Rocha, chefe da UC.
O
Parque Nacional da Lagoa do Peixe foi criado em 1986 para proteger
espécies de aves migratórias e as amostras dos ecossistemas
litorâneos do Rio Grande do Sul. Em 1993, a Unidade de
Conservação foi reconhecida como Sítio Ramsar, e em
1999, como Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata
Atlântica.
A observação de aves é um tipo de
turismo comum na América do Norte e Europa. No Brasil, a modalidade
ainda está se desenvolvendo, apesar da grande quantidade de fauna
disponível em território nacional.
Não existem
estatísticas oficiais sobre o país, mas o WikiAves –
site de conteúdo interativo direcionado à comunidade
brasileira de observadores de aves – tem 17.452 usuários
cadastrados, dos quais muitos são praticantes dessa atividade.
A
maioria deles está concentrada em seis estados: São Paulo,
Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e
Paraná.
Fonte : Mtur / Cláudia Sanz