A qualidade e a inovação

              
                  


Há pouco mais de 50 anos, qualquer pessoa lhe diria que a qualidade vinha do inspetor que ficava no fim da linha de produção ou de um artesão que fazia algo bonito com as mãos. Até que W. Edwards Demming e outros começaram a se fazer uma pergunta fundamental: "Podemos tornar a qualidade uma responsabilidade de todos? Podemos incorporar a qualidade à organização?". Foi uma idéia radical. 

A indústria automobilística levou 20 anos para incorporar esse conceito. Como se sabe, Demming começou trabalhando com as empresas japonesas. Hoje o tema não é a qualidade. 

A qualidade já está dada. O tema é a inovação: fazer da inovação uma profunda competência da empresa. Montar um canal de inovação leva poucos meses. 

No entanto, obter a capacitação e repeti-lo ano após ano exige um compromisso sustentado com a capacitação e com o ativismo. É preciso investir no capital imaginativo, que enfatize tanto a inovação como o gradualismo; assegurar-se de que o processo de gestão não mate, inadvertidamente, a inovação, e garantir que a inovação seja um dos valores da empresa. 

Olhe o mundo como um reservatório de capacidades e habilidades interessantes, e pergunte-se quais se aplicam ao seu negócio. Esse é o capital de relacionamentos. 


Os tres capitais que geram riqueza:

Os capitais comuns nas empresas -estrutural, financeiro e intelectual- não criam riqueza nova. Eis os capitais que fazem isso: Capital imaginativo - Consiste em desafiar sistematicamente as verdades do mercado, realizando o impensado. Capital de risco - Significa estar disposto a investir em coisas novas, correndo riscos. Capital de relacionamentos - Significa ver as outras pessoas e empresas como donas de habilidades que podem ser usadas em seu negócio. 


Qualidades das pessoas e organizações: 

Para desenvolver um negócio capaz de sobreviver neste mundo descontínuo, há três qualidades -das pessoas e das organizações- fundamentais: - Organizações cheias de criatividade. - Pessoas cheias de coragem para experimentar coisas novas, assumir riscos pessoais e ir a lugares aos quais não tenham ido antes. - Conexões. Todos os profissionais e empresas precisam ter acesso a toda a economia globalizada, para aprender onde for possível aprender e tomar emprestado o melhor que se encontrar. 

Texto extraido de um artigo de Gary Hamel - presidente da firma de consultoria Strategos, sediada em São Francisco, Califórnia, EUA.