Maternidade e trabalho: um compromisso que vai além da lei




Nos últimos 30 anos, a presença feminina no ambiente corporativo brasileiro evoluiu significativamente. De acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho subiu de 34,8%, em 1990, para 52,2%, em 2023. Essa transformação reflete o crescente papel das mulheres na economia.

No dia a dia empresarial, entre metas, entregas e rotinas, há histórias que nem sempre aparecem nos relatórios, mas que podem definir o sucesso tanto das empresas quanto de suas equipes. Este é o caso da vida da mulher que trabalha com dedicação e também é mãe. Aquela que cuida, que corre, que enfrenta desafios dentro e fora de casa.

A maternidade deve ser tratada como uma realidade que não é contraditório à vida profissional. A maternidade e a carreira não são caminhos opostos. Elas podem coexistir quando as empresas oferecem o devido apoio. Reconhecer isso é essencial para o crescimento de qualquer organização.

Leis e maternidade:

A legislação brasileira engloba uma série de direitos às trabalhadoras, como a licença-maternidade de 120 dias (podendo ser estendida para até 180 dias em algumas empresas), a estabilidade no emprego desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto e a concessão de pausas para amamentação. Apesar disso, Ana Claudia observa que o cumprimento da lei é apenas o ponto de partida.

O retorno das mães ao trabalho traz desafios invisíveis. Muitas enfrentam cansaço, preocupações com os filhos e o medo de não serem mais vistas da mesma forma. A empatia e o acolhimento são fundamentais para uma adaptação eficaz.

Empresas que proporcionam esse apoio durante o período pós-licença-maternidade geram um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo. Promover um ambiente acolhedor para as mães traz benefícios não apenas para a funcionária, mas para a empresa como um todo. Além de melhorar o clima organizacional, reduz a rotatividade, aumenta a produtividade e fortalece uma cultura de respeito e valorização das pessoas.

Para ela, essas práticas são um investimento estratégico para a construção de um local de trabalho mais inclusivo e comprometido com o bem-estar de seus colaboradores.

Valorizar a maternidade no local de trabalho é mais do que uma exigência legal, de acordo com a advogada. É uma escolha ética e inteligente que reflete diretamente na reputação da empresa e no fortalecimento de sua cultura interna.

Ao adotar essas práticas, as empresas não só cumprem a legislação, mas também se posicionam como líderes em um mercado que exige cada vez mais responsabilidade social e compromisso com a igualdade.


Fonte: Ana Claudia Cericatto - advogada especializada em direito trabalhista da Andersen Ballão Advocacia.