Financiamento imobiliário, quais taxas que são usadas?






Apontada como a taxa básica para o cálculo de juros na economia brasileira, a Selic, que sofreu seu 12º aumento consecutivo e saltou de 13,25% para 13,75% no início de agosto, alcançando seu maior patamar desde novembro de 2016, encerrou seu ciclo de aperto monetário, mas com expectativas de redução para 2023 apenas.

Diante desse cenário, muitas pessoas estão deixando de realizar o sonho da casa própria por considerar que, com a taxa de juros no patamar atual, está mais caro comprar um imóvel. Porém, essa ideia é errônea, visto que o financiamento imobiliário tem uma base conceitual e econômica proveniente da poupança, o que garante um custo de remuneração limite de 6,17% + TR (Taxa Referencial).

No mesmo período que a Selic saiu de 2% para 13,75%, a taxa de juros do crédito imobiliário passou dos 7% para 9,5%. Isso simboliza um aumento muito menor, ou seja, o financiamento imobiliário, apesar dessa alta, continua sendo uma das opções mais sólidas no Brasil, sendo ainda vantajoso comprar um imóvel. Não existe uma opção mais barata. Tem muita gente pensando em quitar o crédito imobiliário, e fazer um financiamento de carro, por exemplo, mas essa manobra não faz sentido acompanhando a taxa de juros, já que para um financiamento de carro a taxa está rodando ali entre 30 e 50% ao ano, enquanto falamos de 11 ou 12% nos imóveis considerando todos os custos.

Essa diferenciação de taxas alocadas no mercado imobiliário se deve pelo fato do setor não ter o seu cálculo baseado na Selic, mas sim na poupança, o que faz com que o crédito imobiliário atue com apenas um dígito, enquanto a taxa básica de juros bata os dois dígitos.

- Pontos de atenção:

No entanto, mesmo atuando com o diferencial de taxas menores no mercado, Bruno Gama ainda faz alertas importantes para o interessado em realizar um financiamento no momento de adquirir um imóvel. O primeiro ponto de atenção realçado é com relação à composição da taxa de juros do contrato. 

Atualmente o mercado atua com três modalidades distintas, sendo importante que o comprador esteja ciente do funcionamento de cada uma delas para não ter surpresas no decorrer da quitação do imóvel.

Normalmente os bancos utilizam uma taxa fixa adicionada a um indicador de correção, sendo o mais comum o TR, que é razoavelmente pequeno. Existem também os módulos corrigidos pelo IPCA, que é o índice de inflação e que geralmente é bem maior. Esses contratos geralmente têm a taxa de juros da parcela mais baixa, o que faz com que muitos compradores achem que essa opção é mais vantajosa, mas não é o caso necessariamente, já que ainda há a correção pelo IPCA, que no Brasil é algo extremamente incerto.

Além dessas opções também existe a modalidade variada da poupança, que acaba contando com a variação da Selic, uma vez que quando a Selic fica abaixo de 8,5% a poupança passa a ser corrigida em 70% da Selic.

Embora o mercado tende a oferecer o SAC - modelo que tem uma parcela inicial mais alta, mas conforme o contrato evolui, elas diminuem, o público acaba priorizando o pricing, que é baseado numa parcela menor, sendo este o principal ponto de sedução para o público. Porém essa linha não apenas deixa de diminuir o valor com o passar do tempo, como também é corrigida pelo indexador de juros.

Diante de todo esse cenário de alternativas e possibilidades, Bruno Gama ressalta ainda a importância de se contar com uma assessoria que ajude o comprador a buscar as melhores condições de financiamento ao adquirir um imóvel, sobretudo, em uma época de alta de juros no mercado.


Fonte: DBruno Gama - CEO da Credihome by Loft