A maternidade não me fez uma pessoa melhor. A maternidade não mudou minha visão de mundo. Mas me fez ver as pessoas de forma diferente. Aquele homem poderoso teve uma mãe, e eu sou mãe. Aquela mulher de sucesso teve uma mãe, e eu sou mãe. A dor de outra mãe é minha dor também.
Há cada vez mais mulheres que não se identificam com a maternidade, e nós mães conscientes, precisamos respeitar isso. Ser mãe é cansativo, exaustivo, a gente perde o controle de nossa vida. Mas nos faz mais fortes. Nenhum desafio se compara ao de compreender o significado dos gestos e choros daquele serzinho que ainda não fala. São tantos os perigos que rondam a vida nos primeiros meses... E saber que depois só aumentam...
Eu não me arrependo de ser mãe e não acho que deveria ter sido mãe antes: foi o momento certo, da maneira como eu queria. Lembro claramente como era minha vida antes de ser mãe e consigo imaginar como continuaria sem ter sido mãe. Mas, uma vez mãe, não posso me imaginar vivendo sem minha filha.
Ser mãe é uma experiência de vida que transforma a mulher: perdemos o controle de tudo e temos que lidar com isso. Nada sai de acordo com nossos planos, e temos que lidar com isso. Aprendemos na prática que só se ensina pelo exemplo. E como é difícil “fazer o que eu digo que é para fazer”!
Aquele serzinho é reflexo de nós mesmas e reage a cada emoção que demonstramos, exatamente da mesma forma. A responsabilidade é imensa e, uma vez mãe, para sempre mãe! Mas nós mães temos um trunfo: sempre encontramos outras mães para dividir as experiências e os momentos conosco. E talvez a experiência mais transformadora da maternidade seja perceber que não estamos só: podemos criar laços com desconhecidas pelo simples fato de ambas sermos mães.
Eu não precisava ser mãe. Eu quis ser mãe.
Fonte: Leide Albergoni- professora de Economia da Universidade Positivo, mãe convicta da Cecília.