Os benefícios educacionais de jardins e hortas escolares


Agosto marca a volta às aulas em milhares de escolas por todo o Brasil. Essa é a época ideal para uma reflexão em cima das novas possibilidades educacionais que, além de alinharem as melhores práticas de ensino, promovem ações de importância social relevantes para a atualidade. 

O ensino de consciência ambiental, que mescla teoria e prática em salas de aulas e hortas escolares é um bom exemplo. E esse é o caso da rede de educação Colégio Magno/Mágico de Oz, que mantém três unidades no Jardim Marajoara e no Campo Belo, São Paulo, que conta com três unidades que atendem crianças do berçário ao ensino médio. Recentemente, a escola, em parceria com a Regatec, empresa de irrigação sustentável, implementou jardins e hortas em suas unidades, se utilizando de água da chuva para a irrigação. A nova área escolar ganhou importante relevância pedagógica e de infraestrutura.

As possibilidades e benefícios são tantos que já se percebe que há uma tendência em ensinar sobre meio ambiente, mesclando as aulas teóricas com práticas dentro de jardins escolares. “A Regatec já implementou sistemas de irrigação para cinco escolas, e todas tiveram excelentes resultados no que diz respeito a melhora na dinâmicas de aulas, aumento do engajamento dos alunos e evolução do aprendizado, sem contar os benefícios para a infraestrutura do ambiente”, explica Danny Braz, fundador da Regatec.


O ensino de consciência ambiental é algo que precisa ser feito desde cedo. As últimas gerações cresceram sem dar o devido valor ao verde, e estamos sofrendo as consequências disso com secas, poluição, aquecimento global, etc. Para dar à nova geração uma perspectiva superior, é preciso dinamizar o olhar para a natureza e aprender na prática a cuidar dela. Os jardins escolares são excelentes ferramentas para essa prática. Trata-se de um ambiente controlado, seguro e que complementa o que é visto em sala de aula com vivência, o que auxilia na criação de novos valores das crianças sobre o verde.

Dentre alguns benefícios notados na melhora didática, percebe-se que as crianças podem experimentar a natureza. De dentro dos livros de biologia e geografia, a natureza parece algo distante. 
“Aprendemos como ela funciona na teoria, mas vê-la agindo é diferente. A observação ao vivo permite que se entenda o verde como um organismo, o que ajuda a criança a assimilar valores ecológicos. A empatia necessária para ter cuidados ambientais no futuro nasce dessa proximidade com a natureza em idades de formação”, explica Mauricio Tricate, Diretor do Magno.


Outro fator de grande valor é que quando a criança ajuda a cuidar de um jardim escolar, ou uma horta, aprende valores e habilidades diferentes, como a lida com um ser vivo, a participação em um processo de produção, o prazer de realizar algo e colher os frutos de seu trabalho. Isso expande horizontes e treina novas habilidades mentais. O aluno se torna protagonista e espectador da natureza. “Há um crescimento na dinâmica, que vem da diversão. Esses sentimentos positivos ajudam o conhecimento a se fixar. O aluno tem prazer em aprender, em participar, e isso é o que realmente é um desafio dentro de sala de aula atualmente”, completa Tricate.

No aspecto prático da infraestrutura, os ganhos também são grandes e fazem a diferença para as instituições de ensino. “É possível ter uma escola ecológica, mais funcional. Ganha-se do ponto de vista do olhar da comunidade sobre a escola. Sem contar que há uma real contribuição para a natureza, tanto por formar cidadãos mais conscientes, quanto por promover um espaço que tem ar mais limpo, traz bem estar, retoma o verde ao cenário urbano, etc.”, explica Braz.

A coleta de água da chuva para a irrigação também pode ser utilizada para outros fins, como a torneira de lavagem de piso, irrigação manual das áreas comuns e até mesmo no resfriamento da escola, quando esta tem coberturas de policarbonato, por exemplo. 


“O conforto pela temperatura mais amena é sentido por alunos e funcionários, assim como a redução de ruídos vindos da rua, filtrados pela vegetação. Isso sem contar a economia com água”, completa Braz.

Apesar de positivo, implementar uma infraestrutura dessas tem seus desafios, como a necessidade de uma alta eficiência, bom acabamento para não molhar fora das áreas indicadas e um projeto bem elaborado para se aproveitar ao máximo a tecnologia disponível. A manutenção é quase nula, pois a todo o sistema é feito para funcionar sozinho, em harmonia com a natureza e com durabilidade e segurança. 
Há ainda a possibilidade de reciclagem de resíduos orgânicos, que com o devido tratamento se torne adubo para as plantações, o que reduz um problema prático da escola. Outra questão é a alimentação saudável, que pode partir em grande parte do que é cultivado em solo escolar, direto para a merenda.


Há, claro, alguns cuidados que devem ser tomados. Não é toda planta que pode ser cultivada em uma escola, tanto pelo lado prático de demandar muita atenção, ou água, como por ser venenosa ou perigosa (contendo espinhos, por exemplo). É preciso a atenção de um profissional adequado na hora de montar o jardim. Existe uma inúmera gama de árvores e plantas que podem ser usadas em jardins para crianças de todas as idades. O ideal é que um especialista esteja envolvido na hora de projetar e implementar o espaço. 

“Um projeto bem elaborado, tanto da parte de quem implementa, quanto de quem se utiliza do recurso para o fim pedagógico, tem valor muito grande. Os ganhos são ímpares e imensuráveis, sobretudo para a próxima geração que se forma”, finaliza Braz.

Fonte: Welton Ramos