Medo de altura e de voar podem estar relacionados


Se você sente medo de voar, saiba: você não está só! Praticamente metade dos passageiros já experimentou algum grau de desconforto durante uma viagem de avião. Um em cada oito, no entanto, tem pavor de viajar de avião, a chamada aerofobia. Um dos mais conhecidos aerofóbicos é o diretor dinamarquês Lars Von Trier, de Ninfomaníaca (2013). O cineasta costuma voltar do Festival de Cannes de carro para casa, tal o terror de subir em um avião.

A maioria das fobias aparece no fim da segunda infância, início da adolescência e tende a piorar com a idade. Segundo Fernanda Queiroz, psicóloga e cofundadora da VOE Psicologia, as fobias são medos intensos de coisas que, na realidade, apresentam um perigo pequeno ou nenhum perigo. “É um medo irracional.”

Não é incomum uma pessoa ter aerofobia combinada a outras fobias, como é o caso do medo de altura, ou acrofobia. “O ser humano não nasceu com asas, portanto, voar realmente é algo estranho, que literalmente nos tira do chão. Por isso, muitas pessoas acreditam que viajar por meio de transporte terrestre é mais seguro, quando na verdade não é, e as estatísticas comprovam isso”, diz Fernanda. A chance de morrer em um avião é
 1 em 11 milhões. Já a probabilidade de um acidente fatal no transporte terrestre é de 1 em 5 mil.

- Sinais são iguais:


Os sinais físicos e psicológicos do medo de voar e de altura são praticamente os mesmos. “Além de ansiedade desmedida, geralmente os sintomas incluem elevação da frequência cardíaca, tremores, sudorese, dores do peito, tontura e respiração ofegante”, explica Paola Casalecchi, psicóloga e cofundadora VOE Psicologia.

- Tratamento à mão:

Hoje, há uma diversidade de técnicas para ajudar quem sofre com esses medos. A VOE Psicologia, por exemplo, trabalha com uma combinação de técnicas de um protocolo de um dos principais centros de estudo sobre o medo de voar. 

“O tratamento é de curta duração. São 10 sessões, se a pessoa quiser fazer sozinha, ou dois dias para grupos, num esquema intensivo. Combinamos dessensibilização sistemática, também muito usada no caso da acrofobia, terapia cognitivo comportamental e técnicas para o controle da ansiedade”, contam as especialistas.

Além disso, a pessoa é exposta gradualmente e com todo o cuidado à situação que lhe gera medo, no caso, voar. “É uma simulação de voo terapêutica, feita em simuladores de voo, com pilotos e outros técnicos de aviação.” 

Cerca de 90% dos pacientes se veem livres da fobia. O último curso do ano acontece nos dias 9 e 10 de dezembro, em São Paulo. No próximo ano, a terapia chega para os cariocas.



Fonte: Leda Sangiorgio