O ser humano está voltando a agir por instinto


A professora da Faculdade Mackenzie - Rio, Maria Manuela Alves Maia, que fez um estudo sobre jovens e violência em comunidades carentes junto com a Cruz Vermelha, analisa do ponto de vista sociológico, o caso da adolescente vítima de estupro coletivo, no Rio de Janeiro.

Segundo ela, o primeiro ponto a ser discutido diz respeito ao que está acontecendo com a sociedade , pois está respondendo de forma tão violenta as situações.

“O que vimos são jovens desorientados, agindo por impulso, pensando não mais de forma, mas abstrata, apenas de forma concreta, deixando-o mais perto do pensamento animal que não consegue refletir do ponto de vista conceitual, não consegue simbolizar, não sabe codificar coisa alguma e vive só do instinto”. 

Ela afirma ainda que o homem tem um lado animal que se mantém controlado até que algo aconteça. “Neste caso, há de se falar do incentivo à imitação em grupos em que um repete o que o outro fez”, esclarece.

Outro fator a ser levantado é com relação ao uso das redes sociais. “É preciso fazer uma reflexão sobre as redes sociais, ainda estamos aprendendo a usá-la e precisamos com urgência regulá-la. A violência sempre existiu em todos os tempos históricos, mas agora ela está mais exposta graças à internet. Da mesma forma, que as redes sociais permitem que todos possam ter acesso às informações, ela permite a exposição desenfreada e descontrolada”, afirma.