Ocupando o terceiro lugar da lista de países ais ameaçadores, atrás de Madagascar e Indonésia, aparece o Brasil. Das 102 espécies que pertencem à nossa fauna, 39% fazem parte deste grupo. Em números absolutos, são 35 espécies sob o risco de desparecer de vez, mas em diferentes graus.
“Isoladamente, a extinção de uma espécie, seja animal ou vegetal, já deve ser encarada como uma perda irreparável. Mas o desaparecimento de qualquer espécie pode gerar muitos danos ao meio ambiente”, alerta o Biólogo Luiz Eloy Pereira, vice-presidente do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT e MS).
No Brasil, dos gêneros com espécies mais ameaçadas estão os Leontopithecus (micos-leões, 4 espécies) e o Brachyteles (dos muriquis, duas espécies). Figuram ainda na lista as espécies Alouatta guariba guariba (bugio ruivo) e o Cebus kaapori (caiarara).
No caso dos primatas, Pereira explica que eles são de grande importância para o meio ambiente, pois desempenham algumas funções relevantes para a preservação ou manutenção da biodiversidade.
“Muitos são responsáveis pela dispersão de sementes de várias espécies consideradas essenciais para a regeneração de florestas. Caso esses primatas desapareçam, a falta desse serviço prestado por eles colocará também em risco a preservação desses biomas”, completa o vice-presidente do CRBio-01.
O estudo, aliás, indica que uma das principais causas para o risco de extinção dos primatas é justamente a perda de habitat, principalmente aqui no Brasil.
“A grande maioria desses animais não tem uma segurança adequada”, diz Pereira. Ainda que no Brasil a porcentagem deles em unidades de conservação seja considerada relativamente alta, 38%.
“De qualquer maneira, para reverter esse quadro, uma das primeiras medidas de segurança a serem tomadas para garantir a sobrevivência dessas espécies deve ser a expansão dessas áreas protegidas”, conclui o Biólogo.
Fonte: Marco Berringer